O dia de cão não é tão difícil assim para o golden retriever Brownie, de 1 ano e meio. Nas férias dos donos, ele também fica de patas para o ar num hotel com serviços e paparicos de creche concebido só para a cachorrada.
A procura pela hospedagem de animais nessa época do ano é tanta que muitos canis têm lista de espera. E, como nos acampamentos de crianças, as regras são rígidas. Primeiro, só entram os animais sociáveis e sem histórico de ataques a pessoas ou a outros cães.
“Todos passam por uma avaliação de comportamento e de saúde”, diz a tratadora Karine Yoshimori, dona da creche e hotel Dogplace. Aberta há um mês, já tem 40 cachorros matriculados.
Em 860 m2, o hotel, nos Jardins e a duas quadras do parque Ibirapuera, aonde os cães vão passear diariamente, tem piscina, playground, pilates, massagem, acupuntura e até hidroginástica. Além, claro, de refeitório e sala de descanso.
Machos, só castrados. Fêmeas não podem estar no cio. E, além da vacinação em dia, os animais têm de estar livres de vermes e de pulgas. Alguns hotéis exigem até exame de fezes do bicho e comprovante de residência do dono, para evitar abandono.
Ainda assim, muitos hotéis caninos exigem que os bichos passem por um processo de adaptação para não sentirem falta do dono e, com isso, deixarem de comer e até adoecerem de solidão.
“Os que forem reprovados na avaliação para a hospedagem podem vir para o serviço de ‘dog sitte’. Passam o dia, se exercitam e dormem em casa”, diz a veterinária acupunturista Marta Carmello.
Com diárias que chegam a R$ 90, a hospedagem canina sai bem perto do preço de hotéis da avenida Paulista. “Fico em pousadas mais baratas para poder pagar o hotel do Sheik”, diz o médico Frederico de Andrada.
Imagem: Reprodução
Colunista: Rômulo Vitório