Vorax: o novo superesportivo brasileiro

Se existe um motivo excepcional para visitar o Salão do Automóvel de 2010 – “excepcional” no sentido tanto de exceção quanto de elogio enfático –, ele se chama Rossin Bertin Vorax. Sim, o Bugatti Veyron também está no Anhembi e é, sem dúvida, um espetáculo e tanto. Mas é também um espetáculo que qualquer apaixonado por carro já viu inúmeras vezes em fotos e/ou vídeos nos últimos anos. Além de ser uma experiência intensa e emocional, o Vorax é, antes de tudo, uma surpresa.

Destaque no estande da importadora Platinuss, disputando espaço com carros das não menos reverenciadas Koenigsegg, Pagani e Spyker, a recém lançada marca nacional Rossin-Bertin ousa se aventurar pela estratosfera dos carros de altíssimo desempenho e de preços altíssimos para a clientela de mais alto poder aquisitivo.

A nova integrante dessa nata do setor automotivo é uma criação do proprietário da Platinuss, Natalino Bertin Junior, e Fharys Rossin, ex-designer brasileiro da GM. Ela ressalta como está longe do tempo em que nossos carros esportivos de produção artesanal usavam motor de Fusca. A Rossin-Bertin vem para ser nossa primeira marca de automóveis superesportivos. O motor do Vorax? Um V10 da BMW.

São 570 cv e 53 mkgf à disposição do motorista, de longe o mais saudável esportivo nacional, muito à frente do Aurora 122 C-Turbo, que causou burburinho semelhante há 20 anos – e consideravelmente mais que a mítica Ferrari F40 daquela mesma edição do evento. Isso na versão, digamos, básica. A Supercharger despeja 750 cv. O câmbio é seqüencial de sete marchas e a tração traseira. Um chassi space-frame de alumínio, também exposto no estande da Platinuss, sustenta o conjunto todo.

O nome Vorax faz sim uma referência à idéia de voracidade. O design do carroceria confeccionada em fibra de carbono é de um apelo capaz de despertar paixões ou, no mínimo, se ele não agradar, grande respeito. É improvável que um apaixonado ou admirador dos automóveis se sinta indiferente a ele, porque é para este público de aficionados que um carro como este é projetado. Especialmente quando ele é desenvolvido no Brasil, mais pelo caráter exótico que por algum nível de patriotismo.

Faróis que mais parecem olhos raivosos semicerrados, contornos laterais bastante esculpidos, paralamas sinuosos que contornam os pneus Pirelli Pzero 255/40 ZR20 dianteiros e os 295/35 ZR20 traseiros, com os eixos nas extremidades do carro, conferem um porte bastante atlético e agressivo ao esportivo que pretende despertar uma fome voraz de asfalto em quem for pilotá-lo. No Anhembi estão expostas as versões cupê, um exemplar branco com seu teto transparente e sua grade peculiar, e roadster, com o toque classudo da capota bege que fecha a carroceria vermelha.

Para quem ainda se mostra ressabiado, talvez os números previstos de performance ajudem. A velocidade máxima é de 330 km/hora na versão de entrada e 372 km/h na Supercharger. A aceleração de 0 a 100 km/h se completa em 3,8 segundos na primeira e 3,6 na versão ainda mais nervosa. Com previsão de entrega da primeiras unidades no início de 2012, o preço estimado é de 700 mil reais. Saber que um supercarro como este foi projetado e será produzido no Brasil é, para os apaixonados por carros, especialmente os de alto desempenho, um prazer que não tem preço.

Ficha Técnica

  • Motor: 10 cilindros em V, 4999 cm3
  • Potência: 570 cv a 7750 rpm
  • Torque: 53 mkgf a 6100 rpm
  • Câmbio: sequencial de 7 marchas, tração traseira
  • Aceleração de 0 a 100 km/h: 3,6 segundos (versão Supercharger)
  • Velocidade máxima: 372 km/h (versão Supercharger)
  • Dimensões: comprimento 472 cm, entre-eixos 278 cm, altura 127 cm, largura 195 cm
  • Peso: 1.300 kg (estimado)

Foto: Reprodução