Utilitário esportivo da Citroën feito no Brasil

A reação de quem vê o Aircross, carro lançado pela Citroën dia 26 deste mês, no Rio de Janeiro, é de que ele será um sucesso. Não dá pra não gostar do carro, tanto quando se depara com ele como quando se está dirigindo. O carro é bonito, espaçoso e bom de dirigir. Ele é alto e o motor corresponde perfeitamente aos anseios do motorista. A Citroën está apostando alto no Aircross, que tem como principal concorrente o Ecosport.

O preço é competitivo. Ele custa R$ 53,9 mil na versão de entrada (GL), vai para R$ 56,4 mil na versão GLX (que deverá ser a mais vendida) e chega a R$ 61,9 mil no topo de linha, Exclusive. Quem comprar o carro no seu lançamento terá de presente as três primeiras revisões, ou seja, o comprador não pagará nada nas revisões de 10 mil, 20 mil e 30 mil quilômetros. O carro tem garantia de três anos.

O Aircross chega com apenas uma motorização, 1.6 16V e está sendo produzido em Porto Real, no Rio de Janeiro. A empresa diz que é um carro feito por brasileiros para brasileiros. Na verdade a sua concepção e execução têm a participação de toda equipe da Citroën, não só do Brasil, mas de onde há escritório da marca. É um carro feito para ser vendido no Brasil, mas deverá ser exportado também para outros países da América Latina.

A previsão é que o carro venda 24 mil unidades por ano, ou duas mil por mês. Mas é evidente, nas palavras dos diretores da Citroën, que há uma grande expectativa de que este número cresça, apesar de ninguém dizer ou pensar que poderá desbancar o seu concorrente da Ford.

Andei no carro e deu para destacar alguns atributos que podem fazer a diferença. Um deles é o para-brisa, dividido em três partes, ou seja, nas duas extremidades há uma parte de vidro que amplia a visão do motorista, diminuindo o ponto cego. Este é um detalhe importante. O interior é marcante, feito com produtos que dão charme, além de ter o aspecto robusto, ponto forte do carro. O que pode ser criticado, principalmente pelas mulheres, é o freio de mão, que fica muito baixo. É preciso inclinar muito para soltá-lo.

Como a posição de dirigir é bem alta, o carro deve agradar em cheio o público feminino. A direção é gostosa de manejar e para a versão topo de linha há o GPS fixo sobre o painel. Neste caso o carro vem sem os três relógios (bússola e inclinações), que na verdade são enfeites, porque quase ninguém usa estes equipamentos. O GPS é muito mais útil. Para ter um aspecto aventureiro, o carro ficou mais alto e seus pneus são de uso misto.

Como o carro vem da plataforma do C3 e o estepe foi colocado na traseira, no espaço onde ficava o estepe a Citroën adaptou a colocação do macaco, o triângulo e a chave de roda.

O câmbio de cinco marchas é manual e o motor tem 113cv de potência a 5.800 rpm com álcool e 110 cv com gasolina. Ele tem um bom torque e responde prontamente às ultrapassagens.

Para o presidente da Citroën do Brasil, Ivan Ségal “este é um lançamento muito importante. O Brasil e a América Latina são prioridade para a Citroën”.

A Citroën está muito otimista com a região, para onde projeta crescimentos acima da média. A PSA (Citroën e Peugeot) cresceu 9% no primeiro semestre na América Latina, chegando a 17% em julho, comparando com os mesmos períodos do ano passado. Para continuar crescendo o grupo investirá 700 milhões de euros nos próximos três anos. No Aircross foram investidos 180 milhões de euros. Para o segundo semestre a projeção é de um crescimento de 35% em relação a 2009.

Com o Aircross, há a expectativa de chegar a 3,4% de participação até o final do ano e início de 2011.

O Aircross chega ao mercado em outubro, mas segundo a empresa já existem clientes fazendo reservas do carro, que tem como concorrentes diretos, além do Ecosport, o Idea Adventure, o Palio Weekend e o Crossfox.

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