Saiba quais os melhores exames para diagnosticar câncer de mama

O médico oncologista, Cristiano Drumond Magalhães, explica quem tem mais chance de desenvolver a doença e como é feita a reconstituição da mama

Evitar a gravidez tardia, a obesidade e o excesso de bebida alcoólica são algumas maneiras de prevenir o câncer de mama apontadas pelo médico oncologista, Cristiano Drumond Magalhães, que em entrevista, explica quais são os diferentes tipos de diagnóstico da doença, que tem mais chance de desenvolver e como é feita a reconstituição da mama.

Quais são os diferentes tipos de diagnóstico?

Receber a notícia de que alguém próximo tem câncer, sem dúvida nenhuma, o impacto é muito grande. Abala a estrutura de qualquer família que não estiver preparada. Mas o diagnóstico não significa que a pessoa vai morrer. O perfil do câncer de mama é amplo e variado. Vai desde a doença inicial, que é curável com uma única cirurgia, até a doença metastática agressiva, que leva a paciente à óbito.

Qual é a importância do Outubro Rosa?

A grande questão do movimento é tentar detectar precocemente esses tumores para que possamos ter uma chance maior de tratar as pacientes.

O câncer de mama é mais comum em que idade?

A incidência é maior depois dos 50 anos. Por que está acontecendo esse câncer na idade precoce? É porque nós estamos conseguindo rastrear o câncer mais cedo e identificar melhor os grupos de risco.

Que exames as mulheres jovens podem fazer?

A glândula da mama foi feita para produzir leite. A mulher jovem tem a mama muito densa. Assim, tem pouca gordura para fazer o contraste na mamografia. Aí o exame não consegue fazer a definição detalhada da mama. Nas pacientes jovens é recomendado a mamografia e o complemento com o ultrassom. Nas pacientes muito jovens, a mamografia, às vezes, não resolve.

Quem está no grupo de risco da doença?

As mulheres de risco habitual devem fazer, a partir dos 40 anos, exame clínico da mama feito pelo médico. Não é o autoexame. Dos 50 aos 69 anos, ela tem a recomendação do Inca de fazer uma mamografia de rastreamento a cada dois anos. Já as mulheres de risco elevado, que têm parentes de primeiro grau com câncer de mama e de ovário – existe uma co-relação do câncer de ovário com o câncer de mama-, história de câncer de mama masculino na família e lesões na mama consideradas pré-malignas, devem realizar o exame clínico da mama a partir dos 35 anos e mamografia anualmente com essa idade.

Quem tem o risco elevado, como deve se prevenir?

Coloca-se dentro do modelo de Gail alguns critérios. Esse modelo vai dar a probabilidade que essa paciente tem de vir a ter o câncer de mama ou não. Por exemplo, uma mulher quem tem o risco elevado, tenho medidas que posso adotar para prevenir que ela venha desenvolver o câncer de mama, como retirar a glândula da mama, e fazer a reconstituição com silicone, tiro o que pode vir a desenvolver o câncer. A outra conduta é a quimioprevenção. Utiliza-se de um medicamento que vai prevenir, reduzir o risco de desenvolver o câncer de mama. Daí a necessidade da divulgação e dos dados sobre a doença.

Quais são os fatores de risco?

Os fatores de risco são obesidade, bebida alcoólica, utilização da reposição hormonal – procurar evitar a reposição na pós-menopausa, mas algumas mulheres precisam fazer para melhorar a qualidade de vida-, fazer exercício, amamentar, e também é fator protetor ter filho de forma precoce, não estou falando para ter filho com 15 anos.

Tem algum alimento que ajuda ou atrapalha quem tem câncer?

Não. Recomendo uma alimentação saudável de forma geral.

O autoexame é recomendado?

Ele tem o papel de deixar a paciente alerta para as mudanças do seu organismo. Mas ele não serve para substituir o exame do médico e muito menos a mamografia. Ele não deve ser estimulado como método de diagnóstico do câncer de mama.

Reconstrução da mama

É um direito reconhecido por lei da mulher. A reconstituição esbarra em alguns critérios. Pode ser feita de forma imediata, ou seja, opera, tira e reconstrói no mesmo momento. Pode ser feita de forma tardia, um tempo depois do tratamento. O que basicamente dita se será feita no momento ou após é a necessidade de se complementar o tratamento com a radioterapia. Na paciente que vai fazer a radioterapia após a cirurgia, a reconstituição é feita depois.

Como é feita a reconstrução?

Ela pode ser feita com reconstrução de músculo da própria mulher ou pode ser feita através de prótese de silicone. Hoje a maioria é feita com prótese de silicone.

Imagem: Reprodução