O laboratório farmacêutico Pfizer enfrenta nos Estados Unidos centenas de ações na Justiça de usuários do Champix, remédio usado para abandonar o cigarro. A acusação é de que o medicamento provocaria depressão e tendência suicida.
Em comunicado, a Pfizer diz que apenas quando o produto já estava no mercado é que “houve relatos de possíveis alterações psiquiátricas, agitação e pensamentos suicidas em pacientes tentando parar de fumar com o medicamento”.
A empresa diz que não há comprovação entre a relação do uso do Champix e esses problemas, mas, mesmo assim, incluiu alertas sobre o assunto na bula do remédio.
– O abandono do cigarro, com medicamento ou não, pode implicar a ocorrência dos sintomas típicos da síndrome da abstinência, que muitas vezes se confundem com os eventos adversos de medicamentos utilizados para essa finalidade.
Um juiz federal do Estado do Alabama analisa o grande número de ações contra a Pfizer apresentadas por familiares de usuários ou antigos adeptos do Champix. A vareniclina, base do medicamento, é autorizada em mais de 80 países, incluindo Estados Unidos, Brasil e na União Europeia.
O promotor Ernest Cory acusou a Pfizer de negligência por lançar o Champix no mercado americano em 2006, baseado em queixas de usuários sobre “problemas neuropsicológicos”, incluindo “suicídios, tentativas de suicídio, desmaios e crises de depressão”.
Segundo Cory, mais de cem usuários do Champix cometeram suicídio e a Pfizer corre o risco de enfrentar cerca de mil ações na Justiça por causa disso.
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