A maioria dos casos de queda de idosos acontecem dentro de casa, segundo a terapeuta ocupacional Adriana Liporattil
Você já deve ter ouvido falar em epidemia de dengue, de gripe e de outras doenças. Mas já ouviu falar em epidemia de queda? Pois, entre os idosos, cair está sendo tão comum que o fato já é tratado nessa dimensão pelo Ministério da Saúde. No ano passado, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou R$ 57,6 milhões com internações de pessoas da terceira idade, segundo dados do ministério. Em 2006, o total foi de R$ 49 milhões.
A maioria dos casos de queda de idosos acontecem dentro de casa, segundo a terapeuta ocupacional Adriana Liporattil, que trabalha com pessoas nessa faixa etária no Centro de Referência de Atendimento ao Idoso (Crai) de Vitória.
“A queda acontece por causa de brinquedos ou de outros objetos espalhados no chão, falta de iluminação na casa, tapetes escorregadios, uso de sapatos inadequados, entre outros fatores. Por isso, é preciso ter atenção, principalmente se o idoso mora sozinho”, ressalta Adriana.
A gravidade maior da queda, nem sempre está relacionada às fraturas. O grande risco é que o idoso pode ter que ficar imobilizado em uma cadeira de rodas ou em uma cama, já que a calcificação dos ossos não é a mesma para pessoas de idade mais avançada.
“Ele pode desenvolver doenças como a pneumonia, o que acontece se ele aspirar algum alimento quando come deitado. E passa de uma pessoa independente para uma pessoa dependente só por conta de uma queda”, salienta a terapeuta ocupacional Adriana Liporatti.
Mortes
A queda pode ser, inclusive, fatal. Em 2009, o número de mortes provocadas apenas por fraturas de fêmur em idosos chegou a 1.478 em todo o país, segundo o Ministério da Saúde.
Na Sede do município de Viana, o Centro de Convivência de Idosos oferece um curso com aulas teóricas e práticas para a terceira idade aprender a evitar e a se proteger no caso de queda. O curso tem duração de cinco semanas. Informações no 3255-1880.
Doenças também podem facilitar quedas
Outros fatores podem fazer com que as pessoas acima dos 60 anos sofram quedas. A idade aumenta, mas a visão e a audição diminuem. Doenças como a osteoporose e a reação a medicamentos também fazem com que a pessoa fique mais propensa a perder o equilíbrio e cair. “A pessoa vai tendo mais dificuldade de locomoção, fica mais sedentária e há a perda da musculatura. Já com a osteoporose, há o enfraquecimento dos ossos, eles vão ficando mais porosos, frágeis”, explica a terapeuta ocupacional Adriana Liporatti. As mulheres representaram a maioria de idosos internados em 2009, somando 20.778, segundo o Ministério da Saúde. Isso porque elas têm uma massa óssea menor e perdem muito osso depois da menopausa, por causa da perda do estrogêneo.
Segurança na 3ª idade
Sapatos
Calçar sapatos sempre sentado, para não desequilibrar e cair. Para lavar a casa, usar sempre um sapato anti-derrapante e fechado na parte de trás.
Tapetes
Evitar tapetes próximo a escadas ou em lugares de grande circulação. Os que existirem em outros locais devem ser anti-derrapantes
Banheiros
O ideal é que o banheiro tenha corrimão em volta da pia, do lado do vaso sanitário e dentro do box. Uma cadeira também deve ficar dentro do box para casos em que o idosos fique tonto ou perca o equilíbrio
Escadas
As escadas da casa devem ter corrimão dos dois lados. E, se possível, cada degrau deve ser iluminado
Iluminação
A casa deve sempre estar iluminada à noite, pelo menos nos locais onde o idoso costuma circular mais
Maçaneta
As maçanetas devem ser daquelas compridas e não arredondadas, porque, se o idoso cair, tem mais chances de alcançar a maçaneta com as mãos ou com outro objeto
Móveis
Muitos móveis na casa podem se transformar em obstáculos
Contato
O idosos precisa ter contato diário com um vizinho ou familiar. Porque ele pode cair e não conseguir alcançar um telefone ou abrir uma porta para chamar socorro, ficando no chão por dias e com risco até de morrer
Serra
Centro de convivência – Serra Sede
Endereço:
Rua Maestro Manoel Xavier, s/nº Caçaroca, Serra
Horário de atendimento:
8h às 18h
Telefone:
(27) 3251-6986 / 3251-6993
Centro de convivência – Helio Ferraz
Endereço:
Rua Rio Negro, S/N, Hélio Ferraz
Horário de atendimento:
7h às 17h
Telefone:
(27) 3317-4636
Centro de convivência – Barcelona
Endereço:
Avenida Região Sudeste, S/N – Barcelona
Horário de atendimento:
8h às 17h
Telefone:
(27) 3341-8817
Centro de convivência – Nova Almeida
Endereço: Rua Edvald Lima, S/N – Nova Almeida
Horário de atendimento: 08h00 às 17h00
Telefone:
(27) 3253-4574
Vitória
Centro de Referência de Atendimento ao Idoso (Crai)
Endereço:
Avenida Beira-Mar, 1185, Forte São João
Horário de funcionamento:
segunda a sexta-feira, das 7 às 19 horas
Telefone:
(27) 3132-5010
Viana
Centro de Convivência dos Idosos
Endereço:
Viana Sede
Telefone:
(27) 3255-1880
Corrimão garante proteção na casa inteira
A aposentada Terezinha de Mendonça, 69 anos, já sofreu três quedas dentro de casa. Ela caiu quando subiu em um banco para guardar os pratos na prateleira, quando lavava a varanda e quando tomava banho. O susto fez com que ela fizesse mudanças dentro da casa onde mora sozinha. “Agora, tenho corrimão no banheiro, uso uma escada apropriada para alcançar a prateleira e uso sapatos aderentes”, conta. E os filhos estão sempre presentes. “Eles ligam, me visitam, não me deixam sozinha nunca”, ressalta a aposentada.
Imagem: Reprodução