Professores decidem pela continuidade da greve

Em assembleia realizada na tarde desta quarta, cerca de mil professores votaram pela continuidade da greve. Em seguida, realizaram um enterro simbólico da Educação, em frente à sede da Prefeitura

A greve dos professores da rede municipal de ensino de Vitória continua pelo menos até a próxima quinta-feira, quando uma nova assembleia vai definir os rumos do movimento. A decisão foi acertada em reunião da categoria na tarde desta quarta-feira (06), no ginásio do clube Álvares Cabral.

Os professores não aceitaram o aumento de 5% para os pagamentos do mês de maio anunciado pela Prefeitura de Vitória nesta quarta para todos os servidores municipais. Eles pedem reajuste de 9% e reposição dos 49% de perdas acumuladas, além de melhorias nas condições de trabalho.

Com a decisão de manutenção da greve, a Prefeitura reafirmou que já apresentou uma petição ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) comunicando o descumprimento à decisão judicial de suspensão da greve. O executivo municipal pediu apuração de responsabilidades e aguarda a decisão da Justiça.

Para alívio de pais, alguns professores retornaram às atividades, como é o caso da Cmei Cecília Meireles, em Bento Ferreira. Eles voltaram às salas de aula no início da semana.

No entanto, mesmo com a ameaça de corte de pontos dos professores que faltarem ao trabalho, a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), Rosalba Coutinho, garante que os trabalhadores não recuaram.

“Eles têm que mandar (comunicado oficial do corte do ponto) para a unidade de ensino, para o gestor da unidade. Nenhum diretor recebeu. Entre os diretores existe um fórum de diretores e, quando vier a ordem de corte de ponto eles vão se reunir para discutir o documento”, disse.

Com quase um mês de greve e previsão de pelo menos mais sete dias de paralisação, as rotinas de pais e dos cerca de 50 mil alunos das escolas da rede municipal continuam alteradas por conta da suspensão das aulas.

A empresária Viviane Lifonsa, mãe de duas crianças de dois e três anos de idade matriculadas no Cmei João Pedro Aguiar, em Jardim Camburi, apoia o movimento do magistério. Trabalhando em casa, porém, afirma que a longa duração da greve já implica no comportamento dos filhos.

“Até eles já estão agoniados. Eles me pedem todos os dias para ir para a escola. E eu estou tendo que rebolar para dar conta deles e do serviço que eu tenho que fazer. Eles são praticamente bebês ainda e não entendem”, contou.

A categoria realiza uma audiência pública na Câmara Municipal de Vitória, no próximo dia 11 de abril e se reúne para nova assembleia na próxima quinta-feira (14).
Imagem: Ilustração