Aditivo no contrato aconteceu por conta da alteração dos projetos das arquibancadas e edifício educacional
A cor será a mesma: verde. Mas a mudança no tipo de grama previsto para o Estádio Kleber Andrade é radical e sinaliza como o Estado está de olho nas possibilidades que a “década do esporte no Brasil” pode gerar para o Espírito Santo.
Em função do projeto enviado para o Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, que visa ter uma seleção treinando em solo capixaba, o gramado do Kleber Andrade será mesmo natural, e não mais sintético como chegou a ser proposto no ano passado. Além disso, a obra, que nesse primeiro trimestre recebeu os primeiros pilares de sustenção da cobertura, ficou quase R$ 6 milhões mais cara.
“O aditivo foi para ser gasto nas arquibancadas. Estava previsto manter as originais, mas não houve como aproveitá-las. Teremos de refazer tudo. E também para o subsolo do edifício educacional, que não estava orçado no projeto arquitetônico original”, explicou Pedro Firme, diretor geral do Instituto de Obras Públicas (Iopes).
A troca do tipo de gramado visa à iniciativa para 2014. O medo de que o projeto capixaba perdesse potencial na Fifa com a apresentação de um estádio com grama artificial levou a Secretaria de Esportes do Estado a refazer sua escolha.
“Se o Comitê de 2014 tiver como exigência a grama natural para sermos um Centro de Treinamento, atenderemos para não perdermos a chance de estar inseridos na Copa”, frisou o secretário de Esportes, Vandinho Leite.
Em setembro, a instalação da grama sintética – alvo de reclamações de clubes e da Federação de Futebol -, teria um custo 20% maior do que a natural. Mas a queda do valor do dólar poderia até reduzir esse valor.
“Financeiramente, acarreta muito pouco. Os projetos executivos do gramado, drenagem e irrigação não estão concluídos. Como essa é uma questão que não precisa ser definida na fase inicial da obra, foram priorizados os projetos de estrutura, arquibancada, subsolo…”, disse o diretor geral do Iopes.
Por dentro do Kleber Andrade
Arquibancadas: No projeto inicial, estava previsto o aproveitamento das antigas arquibancadas do estádio, que já haviam sido feitas pelo Rio Branco. Porém, após um estudo aprofundado, foi necessária a remoção de todas as arquibancadas, que serão refeitas.
Edifício Educacional: No original, o prédio que ficará à frente do estádio, com atividades para a comunidade, como oficinas e outros serviços, não teria subsolo. Com a adequação do projeto, que agora terá subsolo, o valor foi acrescido.
Gramado: O primeiro projeto de reforma e ampliação já previa o gramado natural. Sua mudança para o sintético foi estudada, inclusive com uma visita ao Estado de Zico, que representava também uma empresa do ramo homologada pela Fifa. Porém, com o projeto capixaba da Copa do Mundo de 2014, que visa receber uma seleção para treinar aqui, a grama sintética foi descartada, voltando a natural, no mesmo molde dos estádios que serão usados no Mundial.
É quanto foi aumentado pelo Instituto de Obras Públicas do Estado o investimento no Estádio Kleber Andrade, que tinha custo avaliado em R$ 86 milhões e agora sairá por R$ 92 milhões (aproximadamente).