Médicos reclamam das péssimas condições de trabalho apresentadas nas unidades. CRM-ES deve decidir sobre o assunto
A Cooperativa dos Pediatras do Espírito Santo (Coopedees) protocolou um ofício junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM-ES), nesta segunda-feira (18), pedindo a interdição ética de cinco hospitais públicos do Estado. Eles reclamam das péssimas condições de trabalho apresentadas pelas unidades.
Nesta terça-feira (19), a diretoria do CRM se reúne às 18h e o assunto deve entrar em discussão, mas sem chances de decisão. Essa definição, segundo o CRM-ES, deve sair a partir da semana que vem. Na terça-feira haverá a reunião plenária dos conselheiros.
O vice-presidente do CRM-ES, Oswaldo Pavan, reconhece a precariedade no Estado e admite que pelo menos mais três unidades precisam ser construídas com urgência para dar vazão à demanda recebida pelos hospitais atualmente. No entanto, ele acredita que uma interdição nas unidades de saúde pode piorar ainda mais a situação da saúde no Espírito Santo.
As unidades mais precárias
Himaba em Vila Velha
Dório Silva na Serra
Hospital Infantil de Vitória
Hospital da Polícia Militar
Hospital das Clínicas
De acordo com o advogado da cooperativa, Alexandre Rossoni, há mais de dois meses os pediatras denunciam aos diretores das unidades a precariedade na estrutura desses hospitais. Segundo ele, nada foi feito para melhorar a situação. No total, foram 128 reclamações protocoladas por escrito nos hospitais durante o período.
As denúncias de más condições de trabalho e o pedido de providências foram protocolados também no CRM, no Conselho Federal de Medicina (CFM), na Associação Médica Brasileira (AMB), na Sociedade de Pediatria do Espírito Santo, no Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) e na Associação Médica do Espírito Santo (Ames).
Rossoni alertou também sobre uma doença respiratória gravíssima, chamada bronqueolite, que costuma atacar muitas crianças nesta época do ano. Nos hospitais do Estado, não existe bicos respiratório de oxigênio suficientes para salvar a vida dos pacientes que apresentarem a doença.
Governo se diz surpreso
O secretário de Estado da Saúde, Tadeu Marino, disse ter recebido com suspresa o pedido dos pediatras pela interdição das unidades. Segundo ele, em pouco mais de 100 dias, do novo governo, a Sesa tem investido constantemente na melhoria da estrutura dos hospitais do Estado.
Tadeu Marino também alegou que os problemas detectados pelos pediatras são de longa data, mas que a secretaria tem trabalhado para oferecer uma estrutura adequada, tanto aos profissionais quanto aos pacientes, o mais rápido possível.
Quanto à falta de material nas unidades, apontada pelos pediatras, o secretário afirmou que os leitos possuem equipamentos suficientes para atender à população, mas que, com a superlotação dos hospitais, fica difícil disponibilizá-los para todos, já que muitos pacientes são atendidos nos corredores das unidades.
Foto: TV Gazeta