A Odontogeriatria é uma nova área para a Odontologia no Brasil,mas no mundo já é comentada desde meados do século passado,nos E.U. A. , por colegas do quilate de Saul Kamen e posteriormente por Ronald Ettinger e James Beck e colab.(EUA), Barnes e Walls(Inglaterra) e Holm-Pedersen e Loe( Suécia/EUA),seguido por Drummond e colab(Escócia),Ainamo e Narhi(Finlândia),Budtz-Jorgensen e Muller(Suíça)Montoya(Espanha), e outros ,por todo o mundo 1.
No Brasil, desde a década de 70, já se observara artigos sobre o tema, o trabalho de campo do SESC(SP), Vieira, Birman e Novelli(SP), Bellagamba e Storch(RS), Badra(SP) e encerrando o século e começando o novo milênio notou-se os trabalhos de Conrado e Kina(PR), Padilha, Madeira, Baldisserotto e colab(RS), Jitomirskis(PR)), Werner(SP), Brunetti e Montenegro(SP), Tibério e Sequeira(SP), Marchini e colab(SP), Pucca Jr.(PR), Tim(SP), Cormack(RJ), Dunkerson (pela www.), Arteche e Boeckel (RS), Neves(PR), Pastre(PR), Gonçalves (SC), Túlio(MG),Tin(SP), Frigério (SP), Dias(SP), Moura(SP), Chiarello(SP), Lucimar(SP), Miranda(DF), Parra(DF), Hebling(SP),Scelza(RJ), Oleiniski(SC), Gonçalves(MG) e muitos outros, que podemos ter omitido aqui,mas que ajudaram e ajudam a formar uma massa crítica muito importante para o desenvolvimento da Odontogeriatria neste início de século1,2.
Reiteramos nossa propositura, já afirmada em outros trabalhos e palestras, que esta nova área pertence ao clínico geral, devidamente conhecedor das particularidades da odontologia para a terceira idade, mas, infelizmente, a área é pouco ensinada nos cursos de graduação brasileiros, o que precisa ser mudado com urgência pois de 17 a 20 milhões de idosos devem ser corretamente atendidos.
O grande desafio que enfrentamos é uma mudança do paradigma bucal do idoso brasileiro: de um belo par de Próteses Totais bem confeccionadas (e usadas por eles) no século passado para um idoso que alcança os 70/80/90 anos com vários elementos dentários em sua cavidade bucal e que necessitará não de apenas de reembasamentos das próteses que usem , mas de um verdadeiro programa preventivo voltado para a terceira idade. Esta é a grande meta deste século.
Também enfatizamos a importância de se ter uma dentição(natural ou com próteses) em perfeito funcionamento, em nome da ingestão de bons nutrientes, para a formatação adequada de bolo alimentar com um claro ganho na saúde geral do indivíduo e por decorrência mais um fator para o aumento da expectativa de vida das pessoas.
Salientamos que atender idosos é muito mais que meramente um desenvolvimento de habilidades técnicas específicas e sim abrir suas percepções para o ser humano que está à sua frente,para o qual ir ao dentista é um programa e uma troca de experiências pessoais e não simplesmente agir como um mero prestador de serviços.
Deve-se,igualmente,deixar claro que o convívio com os médicos e com os demais profissionais que cuidam do paciente ,mais do que uma troca de dados clínicos, é um momento grandioso de integração na área de saúde, que as superespecializações dos dias atuais eliminaram, mas que precisa retornar em nome de um melhor servir aos idosos.
O problema de uso dos fármacos com implicações na cavidade bucal é um outro aspecto vital e diferencial no diálogo com os médicos e um meio eficiente de fazer com que as próteses possam funcionar mais eficientemente e propiciarem a ingestão de bons alimentos e que ,quando bem dentado for o paciente, possamos obter um controle de placa bacteriana efetivo sem interferências do menor fluxo salivar causado pela maioria dos medicamentos usados na Terceira Idade.
A preocupação excessiva com materiais restauradores específicos, “up to date” e altamente cosméticos para os idosos é secundária, uma vez que esta não é a vontade ou necessidade real destes pacientes,devendo o maior foco se concentrar na função mastigatória e suas repercussões sistêmicas e não apenas na estética,normalmente priorizada por jovens e adultos, mas, na maioria dos casos, distante das prioridades daqueles situados na Melhor Idade.
O papel da família, amigos e cuidadores dos idosos, bem como a importância de se manterem ativos e integrados em suas famílias,comunidades e força de trabalho, mesmo que de voluntariado, foi também alvo de matérias diversas publicadas em revistas e na internet, sem deixar de destacar o papel da educação continuada por toda a vida por meio das Universidades Abertas da 3ª Idade que existem por todo o Brasil.
Um auspicioso mercado de trabalho encontra-se na sua frente: basta VOCÊ – Profissional da área de saúde -querer desbravá-lo em suas potencialidades e com a seriedade necessária.
A busca da felicidade dos idosos deve ser o objetivo maior de toda a rede de suporte social para que se obtenha uma qualidade de vida ideal.
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