Na busca por novos mercados, opções como exportar ou montar uma franquia
Franquia é uma boa forma de descentralizar
A Ponto Fixo, loja que há 30 anos comercializa equipamentos para o setor de vestuário, encontrou no sistema de franchising uma forma de crescer. Em um ano e meio, a empresa abriu oito franquias e planeja chegar a dez unidades até o final do ano. “Montar filiais tem muitas desvantagens. O investimento é alto e o empreendedor precisa se desdobrar para dar conta de toda a gestão.
Com a franquia, é possível descentralizar o negócio e crescer de forma muito mais rápida. Até começarmos efetivamente a vender as franquias, ficamos sete anos planejando o nosso modelo de empresa. Contratamos três consultorias e o resultado disso foi um crescimento de 40% no nosso faturamento”, explica o proprietário William Cabido.
O outro sócio da empresa, Gilson Cabido, explica que a motivação de formar uma rede foi a inovação do negócio. “Não existe nenhuma loja igual no Brasil. Nem franquias. Somos pioneiros e estamos atraindo interessados de todo o país”, destaca.
A empresa é pequena, mas a vontade de crescer é de uma grande corporação. Para ir além das fronteiras do Estado, empresários buscam opções como a exportação, tornar-se uma rede de franquias e ingressar na Bolsa de Valores.
O Sebrae Nacional, por exemplo, tem estudado uma forma de lançar as pequenas empresas, com faturamento anual de até R$ 2,4 milhões, no mercado de ações. O programa servirá para que os empreendedores possam conquistar recursos e desenvolver os negócios.
Segundo a gestora da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros, do Sebrae/ES, Alline Zanoni Batista, o empreendedor vai precisar investir na qualidade de seus serviços e produtos, além de buscar qualificação. “Abrir o capital representa liquidez, gera investimentos e reduz o risco do negócio, mas o empreendedor não pode cometer erros de gestão”, destaca.
oportunidade para ingressar na Bolsa vai chegar principalmente para as empresas ligadas ao serviços de petróleo e gás, à indústria metalmecânica e à construção civil, setores que estão em grande crescimento no Brasil e no Espírito Santo.
A BM&FBosvespa está de olho nesse potencial. A Bolsa também oferece assistência para os negócios que querem abrir o capital. “Atualmente, temos o programa Bovespa Mais que permite à empresa comercializar suas ações de forma gradativa”, explica a diretora de Desenvolvimento de Empresas, Cristiana Pereira.
Segundo Cristiana, microempresas, com faturamento anual de até R$ 240 mil, ainda não podem negociar suas ações na Bolsa, mas podem se preparar para isso. O empresário pode participar de oficinas, cursos de capacitação e consultorias.
primeiro passo formal para participar da Bolsa é registrar a empresa na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é o órgão regulador e fiscalizador do mercado de capitais brasileiro.
Outro órgão que vai estimular as empresas a capitalizarem suas ações é o Banco do Brasil. A instituição vai dar apoio aos seus clientes, que participam do Programa de Private Equity, no o processo de abertura de capital.
Mercado externo aberto aos negócios
O mercado externo está aberto para as empresas do Estado. Em formato de franquias ou atuando como exportadoras, essas empresas buscam chances para crescer. Nos dois casos, é possível contar com apoio do Sebrae/ES. No caso das franquias, a instituição tem o programa Franqueadores. A ideia é que empresas já consolidadas ampliem seus negócios.
“Um empreendimento tem duas formas de crescer: abrindo filiais ou abrindo franquias. A segunda forma tem se mostrado muito mais interessante para os pequenos negócios. Para abrir uma nova unidade, o custo ficará todo a cargo do franqueado”, explica o gestor do projeto no Sebrae/ES, Pedro Caçador.
Segundo ele, o empreendedor precisa avaliar se seu negócio realmente tem chance de se consolidar. “Nem toda lanchonete, por exemplo, pode virar uma franquia. Esse mercado de alimentação está saturado. Por isso, é importante se arriscar nesse mercado apenas se a empresa tiver um diferencial”.
forma das microempresas venderem seu conceito é com a internacionalização. O mercado externo está de portas abertas para produtos capixabas, como bebidas, alimentação, artesanato e vestuário.
Como expandir o seu negócio
Vire um exportador
Quem pode. Micro e pequenas empresas ligadas a vários setores podem exportar. O mercado externo está em busca de produtos ligados ao setor de artesanato, vestuário, mobiliário, alimentação e bebidas, cachaça e café de qualidade, café, embutidos certificados, produtos para o setor metalmecânico e para a construção civil e soluções em Tecnologia da
Informação
Como começar. O primeiro passo é realizar melhorias no seu produto. O Sebrae por exemplo tem o Programa de
Internacionalização. O interessado pode se cadastrar no site (www. internacionalizacao.sebrae.com.br) e fazer o diagnóstico do seu negócio.
Procure ajuda. Você pode pedir a consultoria do Sebrae.
Qualifique-se. O Programa de Internacionalização está com vários cursos on-line que ensinam a exportar.
Faça seu nome. Participe de feiras de caráter internacional realizadas no Brasil e no Estado.
Viaje. Depois de estar mais preparado, participe de feiras e congressos no exterior.
Franchising
Quem pode. Criar uma rede de franquias é algo possível para toda micro e pequena empresa que oferece um serviço inovador. Hoje, o mercado está aberto principalmente para empresas que atuam no setor de serviços ou que oferecem produtos diferenciados.
Como funciona. A franquia vende um conceito e todas as unidades vão seguir o mesmo padrão.
Vantagens. O benefício de formar é a possibilidade de crescer sem precisar pagar mais impostos e também investir na abertura de filiais.
Como começar. O franqueador precisa passar por um processo de consultoria.
Capital aberto
Quem pode. A abertura de capital é indicada para pequenas e médias empresas que já possuem maturidade no mercado.
Como começar. Uma maneira de ingressar na Bolsa é participando do programa Bovespa Mais, da BM&FBosvespa. A empresa ingressa de forma gradativa no mercado de ações.
Qual o primeiro passo. O primeiro procedimento formal para a empresa abrir o capital é protocolar um pedido de registro de companhia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Por que entrar na Bolsa. As empresas de capital aberto utilizam-se da Bolsa para captar recursos dos investidores com o objetivo de financiar seus projetos de investimento.
Imagem: Reprodução
Colunista: Ivan de Freitas