Nova espécie de lêmure é descoberta em Madagascar

Cientistas confirmaram nesta última  segunda-feira (13) que uma nova espécie de lêmure pode ter sido descoberta em Madagascar, durante filmagens de documentário este ano, produzido pela BBC. As informações são do site da BBC.

O presidente da conservação Internacional, Russ Mittermeier, encontrou pela primeira vez o lêmure em 1995, durante uma expedição nas florestas do país africano. Já em 2010, filmando o documentário, conseguiram capturar e pegar amostras de sangue do primata antes de devolvê-lo à sua casa.

Testes com as amostras devem confirmar que se trata de uma nova espécie, mas os cientistas se dizem convencidos de que realmente é. O novo lêmure pertence ao grupo de espécie chamado Phaner. Se confirmado que é uma nova espécie, o lêmure se tornará apenas o quinto membro deste grupo.

O animal foi visto pela primeira vez em Daraina, área protegida no noroeste de Madagascar. Mittermeier estava à procura de outra espécie de lêmure, o Propithecus tattersali, espécie maior do que a nova, descoberto em 1988. “Fiquei surpreso de ver um lêmure forquilha-marcado na região, já que não havia registro disso”, disse o cientista. “Imediatamente soube que se tratava de uma nova espécie, mas não tive como provar até agora”, completou.

Em outubro de 2010, Mittermeier liderou expedição na mesma região. A equipe começou a procurar o lêmure depois do pôr-do-sol, que é quando os lêmures forquilha-marcado começam a aparecer e emitir sons. Eles ouviram um som próximo ao acampamento no topo de uma árvore e correram pela floresta seguindo mais chamados iguais.

Os pesquisadores eventualmente captaram sinais da passagem do animal com luzes especiais, e lançaram um dardo tranquilizador. Um membro da equipe, então, subiu na árvore em que ele estava e o trouxe ao chão, onde o examinaram.

A forma do corpo, o tamanho de seus membros e a língua eram familiares a outros lêmures, mas sua cor era diferente, além de marcas na cabeça que nunca antes foram vistas em outros animais. Além disso, a estrutura abaixo da língua do lêmure o distinguia de seus parentes próximos.

“Essa é outra marcante descoberta em Madagascar, a prioridade mundial na biodiversidade e um dos mais extraordinários lugares no planeta”, disse Mittermeier. “É inacreditável que continuemos a achar novas espécies de lêmures e de várias plantas e animais nesse país, que já perdeu 90% ou mais de sua vegetação natural”, completou. Por causa dessa perda da vegetação, inclusive, acredita-se que a nova espécie já se tornará ameaçada de extinção.

Imagem: Reprodução
Colunista: Rômulo Vitório