Filarmônica de Minas Gerais faz apresentação única em Vitória com violinista Germano-brasileiro Nicolas Koeckert

Sob regência de Fabio Mechetti, músicos interpretam peças de Katchaturian, Liszt e Kodály

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, considerada pela crítica uma das melhores Orquestras do Brasil, se apresenta, pela primeira vez, em Vitória, sob regência do maestro Fabio Mechetti e solo do jovem violinista Nicolas Koeckert. Com 85 músicos de todas as partes do Brasil e do mundo e com amplo reconhecimento por parte do público e da crítica especializada, em apenas 4 anos de existência, a Orquestra já foi aplaudida por mais de 230 mil pessoas e, em 2010, foi premiada pela Associação Paulista de Críticos de Artes como o melhor grupo musical erudito do ano. O espetáculo acontece no dia 7 de abril, quinta-feira, às 20h30, no Teatro Carlos Gomes.

Em seu primeiro concerto fora de Belo Horizonte, em 2011, a Orquestra e o convidado Nicolas Koeckert executam o excitante Concerto para violino, do armênio Katchaturian. Celebrando os 200 anos de Liszt, a Filarmônica apresenta Die Ideale, um dos poemas sinfônicos do compositor húngaro. O espírito cigano também é evidente na bela e vigorosa Danças de Galanta, do também húngaro Kodály.

Esta apresentação tem o apoio cultural da Algar, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

O maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação. Por esse trabalho, recebeu o XII Prêmio Carlos Gomes/2008 na categoria Melhor Regente brasileiro. É também Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, EUA, desde 1999. Foi Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, Regente Emérito. Na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington foi Regente associado de Mstislav Rostropovich e Regente Residente da Orquestra Sinfônica de San Diego.

Estreou no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey. Nos EUA dirige inúmeras orquestras e é convidado frequente dos festivais de verão. Realizou concertos no México, Espanha, Venezuela, Japão, Escócia, Nova Zelândia e Canadá. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia. Recentemente estreou com a Filarmônica de Tampere, Finlândia. No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Osesp, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e Rio de Janeiro. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos EUA com a Ópera de Washington.

Fabio Mechetti recebeu títulos de Mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.

O solista Nicolas Koeckert

Nascido em 1979, em Munique (Alemanha), o músico germano-brasileiro Nicolas Koeckert provém de uma família tradicional de violinistas de Munique. Já aos cinco anos, recebeu seu primeiro violino e, aos 16, começou os estudos acadêmicos na Escola Superior de Música, em Wuerzburg, com o professor Grigori Zhislin. Em 1998, ingressou na Escola superior de Música de Colônia, com o mundialmente conhecido violinista e pedagogo Zakhar Bron. Em 2001, Koeckert recebeu o Primeiro Prêmio e o Prêmio Especial na Competição Internacional de Novosibirsk, na Rússia e foi o primeiro alemão premiado na Competição Internacional Tchaikovsky em Moscou, em 2002.

O solista apresentou-se com Lawrence Foster, Colin Davis, Jonathan Nott, Asher Fisch, Justus Franz, Ira Levin e com as sinfônicas de Montreal, Bamberg, Nacional Russa, da Rádio Bávara, Zagreb, Brasília, Osesp e orquestra de câmara de Munique, entre outras. Em duas ocasiões, suas gravações foram eleitas “CD do mês” – na The Strad Magazine (2005) e na Naxos Alemanha (2004). Em 2008, gravou disco para a Naxos, com o Concerto para Violino e a Rapsódia Concertante de Khatchaturian, com a Orquestra Filarmônica Real de Londres sob regência de José Serebrier, e CD ao vivo com obras de Ernest Chausson, Paul Dukas, Jaques Offenbach e Camille Saint-Saëns, com a Orquestra Filarmônica da Rádio Alemã de Saarbrücken e regência de Christoph Poppen.

O repertório

Quando jovem, o compositor georgiano de origem armênia Aram Khachaturian (Geórgia, 1903 – Rússia, 1978) era fascinado pela música que ouvia nas ruas de sua cidade natal. No início do século XX, Tbilisi era uma das cidades mais vibrantes do império russo e o jovem Khachaturian adorava passear e ouvir o som que emanava das praças e ruelas dos bairros pobres. Em casa, passava horas tentando reproduzir, no velho piano de seu pai, as canções que ouvia nas ruas, ou batucando insistentemente na mesa e nas cadeiras os ritmos alucinantes das músicas populares. A música folclórica dos povos do Cáucaso o acompanharia por toda a vida.

Anos depois, em Moscou, no verão de 1940, o já internacionalmente conhecido Khachaturian sentava-se para compor seu Concerto para violino e orquestra, fortemente inspirado na música folclórica de sua terra natal. Os três concertos para solista e orquestra são o ponto máximo de sua produção composicional. O primeiro, o Concerto para piano e orquestra (1936), proporcionou-lhe o reconhecimento internacional. O segundo, o Concerto para violino e orquestra (1940), entraria para o repertório de todos os grandes violinistas do século. E o terceiro, o Concerto para violoncelo e orquestra (1946), ajudaria a estabelecer, definitivamente, seu lugar como um dos compositores mais importantes do século XX. O encanto da obra reside, especialmente, na riqueza de suas melodias e na generosidade dos coloridos folclóricos.

A personalidade multifacetada e cosmopolita de Franz Liszt (Hungria, 1811 – Alemanha, 1886) exerceu irresistível fascínio sobre seus contemporâneos. Exímio virtuose, improvisador de habilidade vertiginosa, idolatrado pelo público e viajante incansável, o compositor transitou nos meios literários, artísticos, filosóficos e políticos, marcando profundamente o Movimento Romântico. Liszt foi, sobretudo, um inovador. Criou o moderno recital pianístico, usou seu domínio sobre o público para impor, ao repertório de concerto, grandes mestres do passado, divulgou a obra de contemporâneos e reafirmou-se como o maior intérprete de Beethoven, cujas Sonatas e Concertos apresentava, sistematicamente, com zelo missionário. Com o passar dos anos, Liszt dedica-se mais à composição. Até 1842, havia composto apenas para piano. Ao final da década, cria os primeiros poemas sinfônicos, sua investida no campo orquestral.

Tais poemas foram fixados por Liszt como gênero musical em uma série de treze peças orquestrais, compostas em Weimar, entre 1848 e 1861. A maior inovação da obra está na recusa sistemática ao uso da forma sonata, que, para ele, atingira os limites da perfeição nas sinfonias clássicas. Cada obra exigia uma nova forma, conforme seu conteúdo. A transformação constante do material temático cria a sensação de improvisação, alheia à tensão tonal e à simetria clássicas. No caso de Os ideais, poema sinfônico de 1857, criado em homenagem a Schiller, os versos foram copiados por Liszt na partitura e contemplam os ideais de amor, verdade, amizade; as aspirações, lutas e realizações da vida de um homem comum.

As Danças de Galánta foram escritas para o 80º aniversário da Sociedade Filarmônica de Budapeste, em 1933. À época, Zoltán Kodály (Hungria, 1882-1967) já havia se tornado uma das figuras mais destacadas da etnomusicologia. Seu estudo da música folclórica húngara e a reunião de cantos populares constituíram a base para suas principais composições. Em tal atividade de pesquisa, o compositor firma sólida amizade com Bartók, com quem partilhou mútua e duradoura influência. A cidade de Galánta tinha um significado especial para Kodály. Na infância, o músico lá viveu por sete anos, tendo a oportunidade de ouvir as canções folclóricas e de escutar a banda local de músicos ciganos. Foi também aí que iniciou seus estudos de violoncelo, introduzindo-se na tradição ocidental.

Quatro décadas mais tarde, já professor no Conservatório de Budapeste, e certamente com os sons daquela banda em seus ouvidos, Kodály escreveu Danças de Galánta, cujo estilo, conhecido como verbunkos, destinava-se ao alistamento militar: ao som dessas danças, músicos e dançarinos percorriam as vilas ao lado das tropas, em busca de voluntários. O compositor estruturou a obra na forma de rondó, desenvolvida a partir de um tema principal e temas secundários. Dividida em cinco movimentos, a obra deve ser ouvida como um todo, unificado pela melodia principal e pela inspiração rítmica da peça. Ao folclore, Kodály adapta suas visões sonoras exóticas, extáticas, mas ao mesmo tempo nostálgicas, ao realçar delicadas sombras, enquanto dá mostras de uma variedade de colorido e de estados de espírito que se alternam.

A Orquestra

Excelência artística e vigorosa programação. Amplo reconhecimento por parte do público e da crítica especializada. 85 músicos de todas as partes do Brasil e do mundo. Esse é o perfil da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, que, desde a sua criação, em fevereiro de 2008, já foi aplaudida por mais de 230 mil pessoas. Em 2010, foi premiada pela Associação Paulista de Críticos de Artes como o melhor grupo musical erudito do ano.

Sob liderança do maestro Fabio Mechetti, regente de sólida e respeitada carreira nacional e internacional e vencedor do Prêmio Carlos Gomes 2009 como Melhor Regente Brasileiro, a Orquestra apresenta ao público as obras essenciais do repertório sinfônico, além de produções contemporâneas, com solistas de destaque no Brasil e no mundo. Nelson Freire, Arnaldo Cohen, Corey Cerovsek, Sonia Rubinsky, José Feghali, Shlomo Mintz, Cristina Ortiz, Antonio Meneses, Eliane Coelho, Marcelo Bratke, Augustin Hadelich, Yang Liu e Yoav Talmi são alguns dos nomes que já dividiram os palcos com a Filarmônica de Minas Gerais.

Suas apresentações incluem duas séries no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, turnês, Concertos para a Juventude, Clássicos no Parque e Concertos Didáticos. Desde sua primeira temporada a Filarmônica se apresenta regularmente nos principais eventos de música clássica do país, como Festival de Campos do Jordão, Festival de Música Colonial Brasileira e Rio Folle Journée. Em turnês, esteve em 28 cidades mineiras e em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, Campos do Jordão, Salvador, João Pessoa, Recife, Natal, Fortaleza, Belém e Manaus. Na Sala São Paulo, a Filarmônica de Minas apresentou-se em duas temporadas.

Como ações de estímulo à música, a Orquestra promove o Festival Tinta Fresca, para compositores mineiros ou residentes em Minas, e o Laboratório de Regência, atividade inédita no Brasil que abre nova oportunidade para jovens regentes brasileiros.


Temporada 2011 . Vitória

7 de abril 20h30 . Teatro Carlos Gomes

PROGRAMA

Fabio Mechetti, regência
Nicolas Koeckert, violino

Programa

Aram KATCHATURIAN
Concerto para violino e orquestra em Ré maior (1940) [35 min]

Solista: Nicolas Koeckert
INTERVALO

Franz LISZT
Os Ideais: Poema sinfônico nº 12, S.106 (1857) [30 min]

Zoltán KODÁLY
Danças de Galanta (1933) [15 min]

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Única apresentação: dia 7 de abril, quinta-feira, às 20h30
Teatro Carlos Gomes – Vitória (ES)
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Meia-entrada para estudantes e maiores de 60 anos, mediante comprovação.
Informações: (27) 3132-8399 e 3132-8396
Foto: Divulgação