Aumenta o número de empreendedores com menos de 34 anos no país
Para elas, bolsas e sapatos agora viraram negócio
Muitas mulheres fazem de suas paixões oportunidades de negócio. As cunhadas Helê Rocha, de 32 anos, e Deyse Gomes, 27 anos, loucas por bolsas, sapatos e joias, resolveram apostar numa loja de acessórios. Há cinco meses elas abriram a Oh! Mix, em Jardim da Penha. “Além de gostarmos de comprar esses produtos, temos muitas amigas consumidoras desses acessórios. Então buscamos aproveitar esse mercado”, conta Deyse. Helê largou sua carreira de 10 anos como fisioterapeuta para ter seu negócio próprio. “Agora tenho independência financeira. E minha meta é crescer. Para competir com as lojas consolidadas ao redor, minha loja tem preço baixo e a mesma qualidade”.
Com espírito movido a oportunidades e menos de R$ 10 mil, o brasileiro é capaz de abrir um negócio de sucesso. E é por causa dessa motivação que o Brasil é hoje o país mais empreendedor do mundo.
Os principais responsáveis por essa marca são os jovens com menos de 34 anos. A participação deles no mercado teve um crescimento de quase 40% de 2009 para 2010.
A influência feminina no segmento empresarial também tem ajudado a desenhar esse retrato. Elas já estão no comando de 49% dos negócios do país. A maioria se torna empresária em busca de realização pessoal.
Confira o estudo completo sobre perfil do empreendedor
Veja o que mostra a pesquisa
Essa evolução do empreendedorismo do Brasil é apontada na Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), do Sebrae, do Sesi e Senai. Segundo o levantamento, no ano passado a taxa de abertura de novos negócios cresceu 17,5%, o melhor resultado entre os que fazem parte do grupo dos 20 países mais influentes, o G-20. A gigante China ficou com índice de 14,4%.
estudo mostra que o desenvolvimento brasileiro ocorreu com qualidade. A cada três empreendedores, dois buscaram chances no mercado para se tornarem empresários. Apenas um abriu negócio por necessidade.
Entre os empresários que apontam a oportunidade como razão para a entrada no mundo dos negócios, 43% o fizeram pela busca de maior independência na vida profissional, 35% pelo aumento da renda pessoal e 18% para manutenção de sua renda pessoal.
A pesquisa mostra ainda que, em média, 36% dos valores necessários para abrir a empresa são de capital próprio. Dos que precisam pedir ajuda, 70,5% procuram alguém da família. Amigos ou vizinhos são a fonte complementar de recursos para outros 22,3%.
“Os incentivos do governo são os motivos para que muita gente saia da informalidade. Além da redução de impostos, de pagamento menor de INSS, o empreendedor tem mais facilidade para acessar o crédito”, explica o superintendente do Sebrae, José Eugênio Vieira.
Só em 2011, 7 mil empreendedores individuais
Em meio à onda de crescimento do empreendedorismo, o Espírito Santo não fica atrás. O Estado formalizou, só este ano, mais de 7 mil pessoas, batendo 90% da meta de registrar 8 mil autônomos no Empreendedor Individual. “As pessoas têm aproveitado os incentivos para se tornarem empresárias. E a maioria dos novos negócios se concentra no setor de vestuário, confecção e beleza. Não há como segurar o Espírito Santo. Na crise de 2008 e 2009, foi o Estado que registrou crescimento. E agora, em 2011, tem mostrado força: 73% dos empregos gerados em fevereiro são de empresas de micro e pequeno porte “, destaca o superintendente do Sebrae/ES, José Eugênio Vieira. Segundo ele, as empresas capixabas têm o menor índice de mortalidade do país. “Acredito que isso tem a ver com a redução de impostos e com a criação de linhas de crédito de baixo custo. Também somos eficientes. Enquanto em outros Estados o prazo é de até 60 dias para se abrir um negócio, aqui em 10 dias pode-se tonar empresário”.
Pequenas empresas precisam inovar
O desenvolvimento das micro e pequenas empresas no Brasil enfrenta um impasse: a inovação. Mesmo identificando boas oportunidades no mercado, segundo a pesquisa do Sebrae, apenas 16,8% dos empreendedores brasileiros consideram o produto ou serviço que oferecem novo para os consumidores. O país que atingiu melhores resultados nesse quesito foi o Chile – com 52,59% – que prioriza o aumento de sua industrialização. “Investir em novos produtos e serviços é fundamental para que as empresas aumentem sua competitividade. Muitas vezes, até a melhora da gestão já facilita o negócio”, afirma o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barreto.
Imagem: Reprodução
Colunista: Ivan de Freitas