Cientistas projetam bateria que dura dez vezes mais

Projeto Steeper quer acabar com consumo de energia por aparelhos em modo de espera

Fazer com que a bateria de um celular dure dez vezes mais é a primeira meta de um grande projeto de pesquisa que a IBM, Infineon e algumas universidades europeias revelaram nesta quarta-feira (27).

Chamado de Steeper, o novo projeto de pesquisa também quer diminuir a necessidade de energia de outros aparelhos eletrônicos, como televisores ou supercomputadores, em até dez vezes quando estiverem ativos e praticamente acabar com o consumo de eletricidade quando estiverem em modo de espera (standby, em inglês).

A vida de bateria curta é um problema cada vez mais grave para os consumidores que precisam recarregar seus celulares diariamente e também para os grandes fabricantes de smartphones (celulares inteligentes), como Nokia, Apple e RIM (Research In Motion).

Segundo Tim Shepherd, analista da Canalys,”a tecnologia de baterias não acompanhou a crescente demanda de energia dos celulares inteligentes atuais, por isso, a administração e a eficiência energética são os maiores desafios que os fabricantes de smartphones enfrentam para oferecer aos consumidores uma experiência simples e satisfatória de uso”.

Os aparelhos eletrônicos hoje respondem por 15% do consumo de energia de uma residência, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), e sua necessidade de energia deverá triplicar até 2030.

Segundo Adrian Ionescu, da École Polytechnique Féderale de Lausanne, na Suíça, coordenador do projeto, a ideia “é divulgar essa pesquisa para permitir que fabricantes produzam o aparelho ideal da eletrônica, um computador que use pouquíssima energia quando estiver em pausa, o que chamamos de PC zero watt”.

Os cientistas usarão nanotecnologia para diminuir o consumo de energia, o custo e para estender a duração da bateria dos aparelhos, com o objetivo de reduzir ao menos para a metade a voltagem operacional de que os transistores precisam para operar.

Heike Riel, que comanda o grupo de nanotecnologia eletrônica no centro de pesquisa da IBM em Zurique, também na Suíça, explicou que “uma melhora de mil vezes no desempenho de um supercomputador significa a necessidade de mil vezes mais energia para que funcione; seria preciso uma usina de energia ao lado da central de processamento de dados”.

Centrais de processamento de dados de empresas como o Google já usam mais de 1% da energia mundial e sua demanda por energia vem subindo rapidamente devido à tendência de terceirização da computação.

Segundo a União Europeia, o uso de energia em modo de espera já responde por 10% de consumo de eletricidade em residências e escritórios.

Imagem: Reprodução/Getty Images