Técnica tem apenas 21 anos e disputou os últimos Jogos Olímpicos, em Pequim, em 2008
O intercâmbio da ginástica rítmica capixaba com as técnicas da Bulgária já acontece há praticamente três temporadas. Mas ao contrário da pioneira, a veterana Giurga Nedialkova, de 64 anos, e de sua sucessora, Lilia Ignatova, de 46 anos, a “professora” da vez é bem mais nova. Tem apenas 21 anos e disputou os últimos Jogos Olímpicos, em Pequim, em 2008.
Jolita Manolova chegou a Vitória no domingo e ficará até o dia 7 de maio. E ontem mesmo já foi pondo a “mão na maça”, na bola, na fita, no arco…, orientando seis meninas da GR do Clube dos Oficiais: Isabela Meriguete, Samira Zumack, Raíssa Amaral e Jéssica Silveira, além da bicampeã brasileira juvenil Emanuelle Lima e de Drielly Daltoé, que sonha ir ao Pan do México, em outubro.
A primeira impressão dela, que nunca havia vindo ao um país das Américas, foi boa. Manolova elogiou a postura das capixabas, comparando-as com ginastas de outros países, onde também passou recentemente por meio de intercâmbios, como Coreia do Sul, Itália e Áustria. Para a búlgara, as brasileiras têm um traço que pode ser diferencial: criatividade.
“As sul-coreanas copiam perfeitamente, mas não se soltam, as austríacas parecem robôs e as italianas são um pouco preguiçosas, não incorporam o espírito. Anos atrás havia mais personalidade nas ginatas. Sentiam a música, se soltavam, se divertiam. Hoje, se exibem para os juízes com medo”, afirmou a jovem treinadora.
Após Pequim-2008, Manolova teve problemas físicos e decidiu parar. Foi estudar fotografia, mas não largou totalmente a GR. Em Vitória, ao lado das técnicas Gisela Batista e Ana Cristina Médice, ela pretende incrementar as séries montadas por sua compatriota Ignatova.
“Quando atleta, trabalhei com algumas das melhores técnicas do mundo. Já pude ver que as meninas daqui são talentosas. A ideia é aperfeiçoar alguns movimentos, elevando o grau de dificuldade e consequentemente a pontuação que eles podem render”, explica Manolova.
Duas capixabas com chances de ir ao Pan de Guadalajara
Das quatro ginastas brasileiras que têm chance de ir aos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, México, em outubro que vem, duas são capixabas. Elas são Natália Gáudio (Escola de Campeãs), e Drielly Daltoé (Clube dos Oficiais), que passará as próximas semanas sob os cuidados também da técnica búlgara Jolita Manolova.
O trabalho na GR é contínuo, mas Drielly, que completa 18 anos em maio e logo em seguida viaja para disputar a Etapa de Corbeil, França, da Copa do Mundo de GR, crê que a curta passagem da búlgara pelo Estado será útil.
“A seletiva do Pan deve ser até agosto. Somos todas da Seleção Brasileira Individual. Qualquer detalhe contará. Há sete meses, fiz um intercâmbio na Rússia, antes do Mundial. Foi muito bom. O olhar das estrangeiras é diferente. Ajuda, sim”, diz.
Já Emanuelle Lima, de 14 anos e que foi eleita a capixaba do ano no esporte em 2010, espera chegar ao tricampeonato brasileiro juvenil em junho. “O treino com a búlgara é mais forte, ela tem a cultura da ginástica europeia e enxerga outras coisas que às vezes não reparamos tanto. Dará certo”.
Foto: Edson Chagas