Bicho também tem dor de dente

Recursos de primeiro mundo, disponíveis no Brasil, trazem saúde para pets e segurança e conforto para seus donos.

Doenças periodontais são mais freqüentes entre cães, gatos e ferrets adultos, explica a médica veterinária e cirurgiã dentista Michele Venturini, da Odontovet. “Cerca de 85% apresentam algum grau de problema periondontal, desde uma simples inflamação da gengiva (gengivite), que é reversível, até a destruição das estruturas que sustentam os dentes (periodontite), que é irreversível mas pode ser controlada”. Cães de raças pequenas, tais como poodle ou maltês, são os mais sujeitos a esses problemas.

No caso de chinchilas, porquinhos-da-índia e coelhos, as consultas ao dentista veterinário costumam ser motivadas pelo crescimento contínuo dos dentes, o que é natural desses animais, mas pode provocar lesões no interior da boca e levar à formação de abscessos dentários, explica a especialista. “Os dentes desses roedores crescem continuamente e se desgastam naturalmente. Porém, é comum acontecer o desgaste incorreto devido ao mau posicionamento dentário ou à alimentação inadequada. Nessas situações, é preciso fazer o desgaste artificial periodicamente, caso contrário o animal deixará de se alimentar devido à dor”, alerta a especialista.

Prevenção e tratamento

A escovação diária dos dentes, usando creme dental e escova específicos para animais, é a melhor forma de prevenir a maior parte das afecções bucais em cães, gatos e ferrets (bichinhos de estimação parentes do furão). “Sem esse cuidado preventivo, formam-se camadas de placa bacteriana e tártaro calcificadas sobre os dentes. O animal pode sentir muita dor e vir a perder os dentes, ou ainda ter que extraí-los”, detalha a médica veterinária. Oferecer courinhos para o pet roer até ajuda a reduzir os problemas, mas não substitui a escovação diária. O ideal é começar a escovar os dentes do pet o mais cedo possível.

As infecções bucais decorrentes da falta de higiene também podem se espalhar pelo organismo e causar infecções em diversos outros órgãos, como por exemplo, no coração (miocardite). No caso de animais que não permitem a escovação dos dentes, recomenda-se a limpeza periódica em clínicas veterinárias, sempre sob efeito de anestesia inalatória, que é a opção mais segura e eficiente em qualquer tipo de intervenção.

Aparelhos ortodônticos para cães

A equipe da Odontovet realiza diversos outros procedimentos tais como implantes dentários e restauração de dentes fraturados em pets de qualquer espécie. “Animais que pulam muito por vezes caem e fraturam um dente. É comum atendermos gatos e cães de raças grandes com dentes quebrados e exposição de canal”, exemplifica Michele.

A Odontovet também faz o desgaste dos dentes de roedores e ainda coloca aparelhos ortodônticos em cães, indicado para corrigir o mau posicionamento dos dentes, responsável por lesões internas na boca. “Os cachorros geralmente usam o aparelho por períodos de até seis meses, dependendo do que precisa corrigir”. De acordo com as explicações da especialista, o aparelho é fixo e normalmente bem tolerado pelos animais, causando incômodos apenas nos primeiros dias.

Outras especialidades da Odontovet são os serviços de odontopediatria, com o acompanhamento da troca da dentição e extração dos dentes de leite quando não caem no momento certo, cirurgias para a correção de mandíbulas quebradas em acidentes, retirada de tumores bucais e remoção de glândulas salivares. Bichos sem dentes também têm vez na Odontovet, que já socorreu pássaros com bico quebrado e jabutis com traumas nas mandíbulas.

Imagem: Reprodução

Colunista: Rômulo Vitório – [email protected]