Bactéria da cárie evoluiu junto com o ser humano

A bactéria que causa as cáries acompanha os humanos desde o berço africano, há milhares de anos. Pesquisadores da New York University encontraram evidências genéticas de que o Streptococcus Mutans já acompanha o homem há cerca de duzentos mil anos.

O ser humano vem migrando através do mundo, criando etnias e evoluindo geneticamente, e pelo estudo norte-americano a bactéria da cárie seguiu o mesmo caminho. Os cientistas, para rastrear a história do microrganismo, utilizaram a mesma tecnologia de pesquisa genética que permitiu a descoberta dos primeiros humanos na África. Pelas análises realizadas, a bactéria da cárie passou pelo mesmo processo evolutivo.

O método utilizado foi a análise dos plasmídeos, que são estruturas que participam da troca de informação genética e do desenvolvimento de resistência das bactérias. Foram coletadas mais de 600 amostras de bactérias, presentes na boca nos seis continentes, em 20 anos de estudo. As coletas envolveram até mesmo populações de esquimós e índios brasileiros.

No final foi possível identificar 60 cepas diferentes que representam as várias fontes étnicas do mundo. A árvore genealógica da bactéria da cárie tem suas raízes na África, com um ramo principal em direção a Ásia, seguido pelo retorno da Ásia para a Europa e, posteriormente, a distribuição para as Américas.

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