Atleta Capixaba é destaque na Revista Tatame. Confira!

Formado pela Alliance Jiu-Jitsu, treinando desde os 13 anos de idade, Bruno de Paula hoje tem seu próprio centro de treinamento, que envolve também outras modalidades, como Grappling e MMA “empresarial”, Krav, Maga, Aikido, e procura, além de formar bons lutadores, criar cidadãos melhores. Com cinco professores o Centro de Lutas Bruno de Paula é hoje uma referência na cidade de Vitória, Espírito Santo, para aqueles que não podem abrir mão de seus empregos em prol dos treinos e também para os visitantes, que chegam à cidade loucos por um bom treino. Aos 31 anos, Bruno garante que, mesmo depois de um tempo parado, está de volta às competições. “Estou me preparando para voltar em 2011 ao circuito nacional e internacional de Jiu-Jitsu na categoria Master”, afirma o atleta-professor na entrevista que você confere abaixo.

Você já foi campeão de Jiu-Jitsu, Luta Olímpica e MMA. Tirando as técnicas e posições, o seu treino é muito diferente quando você luta em cada modalidade?

Sim, pois cada modalidade requer uma grade específica de treinamento, pelas lutas terem tempos e ritmos diferentes.

Sua última conquista de título veio em 2008 na Luta Olímpica. Você ainda está competindo? Em qual modalidade?

Voltei a competir esse ano no Campeonato Brasileiro de Luta Olímpica – estilo greco romano, mas estou me preparando para voltar em 2011 ao circuito nacional e internacional de Jiu-Jitsu, na categoria Master.

Quais artes marciais atualmente você ensina?

Jiu-Jitsu, Grappling e MMA “empresarial” – para aqueles que gostam de sentir a adrenalina de treinar e subir no ringue, mas que não podem se permitir ao “luxo” de uma contusão ou olho roxo da rotina de um atleta de MMA.

Além do Jiu-Jitsu, MMA, Muay Thai, Tae Kwon Do e Aikido, no seu Centro de Lutas também há aulas de Krav Maga, que é uma arte que defesa pessoal, sem ter grandes regras e muito menos competições. Qual é o perfil dos alunos que praticam o Krav Maga?

São profissionais de diversas áreas que buscam no Krav Maga uma atividade física com aprendizado de técnicas de defesa pessoal.

No Centro de Lutas há alunos das mais diversas classes e com situações financeiras distintas. Como é essa integração entre os atletas? Como vocês lidam com isso?

Primeiramente o Centro de Lutas foi idealizado para aqueles que gostam e treinam artes marciais, mas que não são atletas, e sim campeões na vida! É claro que temos um time de atletas, mas na grande maioria nossos associados são empresários, médicos, dentistas, advogados, enfermeiros, policiais, analistas de sistemas, fisioterapeutas, seguranças de uma grande rede de casas noturnas da cidade, entre outras profissões. A faixa etária varia de 25 aos 50 anos, sendo que os menores de 25 anos, na grande maioria, são os filhos desses profissionais. Costumo dizer que dentro do nosso tatame não existe classe social e sim a hierarquia de faixas.

O Aikido é bastante voltado para a filosofia e a ideia de reconciliação, muito mais do que a noção da luta em si. Como esses ensinamentos são passados para os alunos?

Durante as aulas de Aikido é o momento que o Centro de Lutas entra em estado de graças (risos). Quando o Mestre Shiko entra no tatame, o som da televisão é diminuído, desliga-se a música ambiente e os alunos que aguardam para treinar Jiu-Jitsu e MMA entram no clima da aula de aikido – clima de paz.

Vocês têm um programa que atende a atletas que estão viajando e não querem deixar de treinar, oferecendo aulas também em inglês e espanhol. Como isso funciona? Os professores são obrigados a fazer cursos de idiomas?

Atendemos não só atletas, mas também profissionais que vêm a Vitória (ES) a trabalho e aproveitam para treinar; também existe o caso de alunos que fazem aula particular em inglês para treinar a conversação; além de atender estrangeiros que passam férias na cidade.

Sou eu que ministro essas aulas, morei em Santa Bárbara na Califórnia, e também viajo muito como atleta, desde muito novo tive a necessidade de falar inglês e espanhol. O funcionamento da aula é simples – as pessoas normalmente agendam a data e horário pelo site WWW.BRUNODEPAULA.COM.BR  e expõe sua necessidade de treino. O inglês e espanhol não é o primeiro requisito para trabalhar no Centro de Lutas, mas incentivo a todos para que façam o curso de idiomas.

Com a vinda de atletas de fora, o intercâmbio de informações, técnicas e dicas deve ser grande. Quem será que aprende mais: os visitantes ou vocês do Centro de Lutas Bruno de Paula?

A troca de cultura é o grande lance da questão. Para os estrangeiros, estar no Brasil treinando o “Brazillian Jiu-Jitsu” com um faixa-preta que tem um bom currículo e que fala a língua deles é extraordinário, além de muito mais proveitoso. E, por outro lado, é enriquecedor para meus alunos conviver com pessoas de culturas tão diferentes… A vinda de estrangeiros para o Brasil já foi melhor. Depois da crise, houve uma baixa nesse nicho, mas a procura continua e tenho certeza que vai melhorar.

Já teve algum caso do atleta se identificar com a equipe e resolver ficar por Vitória para treinar com vocês?

Tenho alunos flutuantes (risos). Tenho aluno de Portugal, que presta serviços na cidade durante temporadas e é fiel, muitos de São Paulo e um em especial, o Fantin, meu faixa-marrom que trabalha em plataforma de Petróleo – ele vem a Vitória e fica uns 10 dias treinando, depois vai para São Paulo onde sua esposa estuda e volta ao Rio para a plataforma.

Quais modalidades vocês oferecem para as crianças? Quais são as diferenças desse tipo de aula para os treinos?

Oferecemos Jiu-Jitsu infantil. Na área infantil, a preocupação é ainda maior, fazendo um trabalho voltado ao desenvolvimento psicomotor da criança, melhorando também a autoconfiança e o controle emocional, além de um gasto significativo de energia. As aulas infantis, por serem em grupo, propiciam uma grande socialização, envolvendo a criança na disciplina e na saúde.

Qual é o grande diferencial da equipe Bruno de Paula?

No Centro de Lutas Bruno de Paula formar atletas campeões é necessário, mas o mais importante é formar cidadãos de boa índole.

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Imagem: Divulgação/Arquivo Centro de Lutas