Aprender um segundo idioma tem sobre o cérebro o mesmo tipo de efeito que a musculação exerce sobre os músculos. Após analisar imagens de exames cerebrais de pessoas fluentes em pelo menos dois idiomas, cientistas atestaram que o aprendizado de uma nova língua exercita o cérebro.
Como benefício, o indivíduo tende a desenvolve maior capacidade de ter foco para objetivos pessoais, realizar mais ações voluntárias e se tornar mais organizado em suas tarefas, segundo a pesquisa espanhola da Universidade de Jaume I.
“A linguagem é, sem dúvida, um dos aprendizados que mais exercita o cérebro. Ela providencia para o órgão maior atividade, o que significa menos problemas a desenvolver no futuro como, por exemplo, o Mal de Alzheimer”, explica o médico do Meridional, José Antônio Fiorot, especialista na doença.
De acordo com a pesquisa, dominar duas línguas não comprova maior inteligência para o indivíduo, mas atesta uma melhor eficiência do órgão. Percebe-se um aumento na velocidade do processamento de informações em pessoas bilíngues.
“É um fato. Trabalhamos no Yázigi com alunos de três a oitenta anos. A cada dia nos surpreende como o aprendizado de uma língua estrangeira faz bem para o desenvolvimento da capacidade de aprender e, consequentemente, do cérebro”, pontua Gracinha Pinheiro, diretora do Yázigi Vitória.
Esse processo é diferente no adulto, segundo Gladys Pinheiro, diretora do Yázigi Vila Velha. “Ao ouvir uma nova palavra, o adulto quer saber como se escreve para memorizá-la. A criança incorpora a nova língua. Além disso, aprende sem sotaque. Consegue enunciar, sem dificuldade, mais fonemas do que adultos”, esclareceu.
Isso poderá ser percebido, no futuro, em ambientes profissionais. A criança que aprende hoje uma nova língua poderá ter maior capacidade para resolver os problemas do trabalho. É uma agilidade de pensamento que não significa mais inteligência, e sim, proeficiência.
Dicas para cultivar a memória
Assim como o corpo, o cérebro precisa se exercitar. Do contrário, está suscetível a males como o Mal de Alzheimer. Pesquisadores recomendam exercícios para o órgão. Confira quais são:
1. Atividade diária: Praticar jogos de xadrez, palavras cruzadas, exercícios simples como recordar fatos do dia a dia (o que comeu no almoço, leu no jornal, ocorreu no último capítulo da novela, etc.)
2. Aprender novas habilidades: computador, pintura, música, etc.
3. Cultivar a atenção: Ater-se aos fatos mais importantes do dia e procurar guardá-los. Também vale se exercitar com objetos simples e manter a concentração como, por exemplo, exercitar-se com um texto e procurar refletir somente sobre ele.
4. Exercícios mnemônicos: Associar fatos a imagens e procurar guardá-los na memória. Imaginar um alimento suculento e imaginar todas as suas características a ponto de sentir prazer.
5. Alimentação: A boa alimentação é fundamental para a conservação da memória. A tiamina, o ácido fólico e a vitamina B12 são importantes para o metabolismo dos neurotransmissores envolvidos no processo da memória.
6. Atividade física: Os exercícios feitos regularmente trazem benefícios importantes para o processo de memorização. Uma simples caminhada diária é o suficiente.
7. Sono: O repouso cerebral é muito importante para se ter uma boa memória. Quem sofre de insônia tem sua memória prejudicada.
Fonte: Portal Cérebro e Mente
Vale à pena prevenir
“Meu trabalho requer uma concentração muito grande e isso exige um esforço maior das atividades cerebrais. Além dos estudos das línguas me dedico à dança como forma de exercício para o cérebro. Quero chegar à terceira idade com muita saúde mental”. Elaine Dal Gobbo, jornalista.