PF, INSS e Correios poderão oferecer mais de 10 mil vagas. Saiba o que cada um deles costuma cobrar nas provas
As maiores expectativas para concursos em 2011 estão sobre as seleções dos Correios, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e da Polícia Federal, com previsão de mais de 10 mil vagas ao todo, entre cargos de nível médio e superior. Vale lembrar que o concurso do INSS e o da PF ainda aguardam autorização para o lançamento do edital; os Correios anunciaram que publicariam o edital ainda neste mês.
Enquanto as regras dessas seleções não saem, é possível se preparar com base no edital do concurso anterior do órgão. É verdade que podem acontecer alterações nas matérias exigidas quando sair o novo edital, mas, ainda assim, boa parte do caminho terá sido percorrido e o candidato terá domínio de uma parcela significativa do conteúdo programático.
A estratégia de estudar as matérias básicas e deixar as específicas para a proximidade do edital vale para todos os concursos. Isso porque as básicas, em geral, facilitam o entendimento das demais, além de serem cobradas em diversos concursos, o que permite ao candidato uma preparação mais abrangente. E é menos comum o conteúdo programático dessas matérias básicas sofrer alterações no novo edital do que o referente ao conhecimento especializado.
Claro que, se o candidato conseguir esgotar as matérias básicas, dispuser de tempo para estudar e o novo edital não tiver sido publicado, vale adiantar o estudo das específicas, tomando o cuidado de não perder qualidade em relação ao conteúdo do núcleo básico.
Veja algumas dicas específicas para esses três esperados concursos:
INSS
Os últimos concursos para o INSS cobraram conhecimentos básicos, complementares e, em alguns casos, específicos. Os conteúdos básicos são português, raciocínio lógico, informática e atualidades, tanto para os cargos de nível médio, quanto para aqueles de nível superior. No caso do nível médio foi incluída a matemática.
Os conhecimentos complementares para nível médio e superior constaram de: ética no serviço público, noções de direito constitucional e administrativo. O cargo de analista (nível superior) exigia, ainda, noções de direito previdenciário.
Conteúdo específico para as vagas de técnico -nível médio: conhecimento da previdência e a legislação pertinente. Para os cargos de analista com formação em qualquer área, foram cobradas noções de administração, matemática financeira, estatística, noções de economia e legislação previdenciária. Para os cargos de formação específica, o conhecimento específico varia conforme as características da área de atuação.
Correios
Se for mantido o conteúdo programático do edital anterior, devem ser cobrados: português, matemática e informática para os cargos de nível médio; e português e informática, ou português e inglês para os de nível superior. Pode haver disciplinas específicas para alguns cargos de ambos os níveis.
Polícia Federal
As vagas para agente administrativo, de nível médio, cobraram como conhecimentos básicos no último edital (2004): português, noções de informática e atualidades. Já as vagas para nível superior -agente, escrivão, papiloscopista (todos para qualquer área de formação) e delegado (somente direito)- têm como conhecimentos gerais português, noções de informática, atualidades e raciocínio lógico.
Ainda fazendo parte do núcleo comum, historicamente, temos: noções de direito constitucional, administrativo, penal e processo penal.
Para agente e escrivão temos, ainda, noções de administração e a legislação especial. Outros conteúdos são cobrados, de acordo com as características de cada cargo, mas o candidato que estudar o grupo de matérias acima terá adiantado uma boa parte do conteúdo.
Em todos os casos, a partir da publicação do edital, o candidato precisará checar todos os pontos de cada disciplina a fim de incluir o que for necessário e/ou abandonar o que estiver fora do conteúdo solicitado para o concurso.
Como estudar
A distribuição das matérias pelos períodos de estudo requer alguns cuidados. Uma boa providência é reservar mais tempo para aquelas cujo conteúdo seja mais extenso e/ou mais complexo e/ou mais desconhecido para o candidato. Pelo mesmo motivo, é melhor escolher os horários mais favoráveis para o estudo dessas matérias, deixando turnos ou dias da semana menos produtivos para matérias em que o candidato já tem mais segurança ou facilidade.
O ideal é estudar todas as matérias selecionadas a cada semana ou quinzena, de modo a poder avançar no entendimento do conteúdo de todo o grupo (veja dicas de como montar um plano de estudo e como manter a concentração). Uma providência essencial para testar os conhecimentos -depois que o candidato passou por toda a teoria da disciplina- é resolver provas de concursos anteriores daquela disciplina, preferencialmente os similares (ao menos de mesmo nível de escolaridade). Isso ajuda a perceber seus pontos fracos e permite conhecer como a teoria é cobrada nas provas.
Depois que sair o edital, o candidato deve fazer muitas provas da instituição responsável pelo seu concurso, a fim de conhecer o estilo das questões e a forma de abordar os conteúdos. Os sites das bancas organizadoras costumam manter exames anteriores.
Não esqueça o preparo físico
Para concorrer a alguns cargos dos Correios e aos da PF o candidato precisará ser aprovado também no teste de aptidão física. Nesse caso, é muito importante incluir a preparação física na rotina semanal, mesmo o teste de aptidão física sendo em etapa posterior às provas teóricas. É preciso tempo para condicionar o corpo a determinadas atividades e, na maioria das vezes, o prazo entre o resultado da primeira etapa e a data do teste físico não é suficiente.
* Lia Salgado, colunista do G1, é fiscal de rendas do município do Rio de Janeiro, consultora em concursos públicos e autora do livro “Como vencer a maratona dos concursos públicos”
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