Líder de vendas dos hatches médios quer se manter a frente com nova geração
O i30 pode ser considerado um “case” de sucesso no Brasil. Mesmo importado e sem motor flex (quase uma obrigação no segmento hoje em dia), o modelo fechou 2010 na liderança entre os hatches médios. Foram nada menos que 35.931 unidades vendidas, contra 29.051 do Astra e 25.371 do Focus. Como explicar esse fenômeno? Bom, a Hyundai tem marketing agressivo, com campanhas frequentes nos jornais e na TV. Além disso, o i30 é um bom carro, como comprovamos em nossos testes. Mas a verdade é que o hatch coreano chegou na hora certa ao mercado, quando o segmento estava repleto de modelos em fim de carreira (só tinha o Focus de atual). Hoje, ele é o carro da moda, ainda que dispute olhares (e vendas) com o próprio Focus e com o recém-lançado Fiat Bravo.
Na Europa, porém, a banda toca diferente. A VW tem um Golf duas gerações à frente do nosso (e se prepara para lançar a sétima), há um belíssimo Opel Astra e a Ford acaba de lançar a terceira geração do Focus (veja avaliação nesta edição). Lá, o i30 não encontra uma acolhida tão boa quanto aqui. Com preço abaixo dos rivais, é o carro do custo-benefício. Mas a Hyundai quer mudar essa imagem e, aproveitando seu amplo crescimento na Europa no último ano, “vai para as cabeças”. Os coreanos não escondem que o próximo i30 terá a missão de brigar com o Golf de igual para igual.
O projeto está sendo tocado no centro de desenvolvimento da Hyundai na Alemanha. Foi onde o site australiano Car Advice flagrou a primeira unidade em testes, ainda bastante camuflada na dianteira e na traseira. Embora pesado, o disfarce não esconde que as mudanças serão profundas. As novas linhas seguirão a filosofia de “escultura fluida” da marca. Uma fonte revela os detalhes. “Vai ganhar a frente com grade hexagonal e faróis espichados dos Hyundais mais recentes”. Os faróis, aliás, terão luzes diurnas de leds. A lateral se parece muito com a da perua i40, que a marca lançará no Salão de Genebra, em março. Há um vinco que acompanha o desenho das caixas de roda dianteiras, e outro que atravessa a carroceria na altura das maçanetas. Já a traseira ficará mais a gosto europeu: as colunas “C” serão mais grossas (vão perder a janelinha espia) e não abrigarão mais as lanternas. As novas peças, em posição horizontal, seguirão a tendência do monovolume ix20 e do HB, o futuro compacto brasileiro, já revelado por Autoesporte.
Na mecânica, o i30 manterá a refinada configuração de suspensão independente nas quatro rodas (McPherson na frente e multilink na traseira), mas trará novidades em termos de motores e transmissões. Seguindo o conceito de downsizing em voga na Europa, o modelo deverá trocar o motor 2.0 16V atual por um 1.6 16V GDI (com injeção direta) de 140 cv, acompanhado por novas transmissões de seis marchas, manual e automática – um belo avanço sobre o automático de quatro velocidades oferecido hoje. Há grandes chances de existir também uma versão híbrida. No Brasil, a única certeza é que o modelo será flex. Uma opção bastante provável seria usar o novo motor 1.8 16V bicombustível que vai estrear por aqui junto com o novo Elantra, no segundo semestre deste ano.
Pelo ritmo dos testes, a próxima geração do hatch deverá ser lançada na Coreia do Sul no primeiro semestre de 2012. Mas, por enquanto, a Hyundai brasileira não se preocupa com o novo i30. “Ainda demora, é coisa para o final do ano que vem”, desconversa um concessionário da marca. Todo cuidado é pouco para não afetar a liderança do modelo atual.