Um dos estudos indica que uma pessoa que fale em média 30 minutos por dia ao celular, num período de dez anos, pode aumentar em 40% a probabilidade de desenvolver um tumor maligno no cérebro.
O celular da professora Emico Okuno sempre fica na escrivaninha ao lado. “Em geral está desligado e eu peço para as pessoas me ligarem no fixo”.
É um cuidado baseado no pouco que se sabe sobre as consequências que os efeitos da radiação do celular pode trazer para a saúde.
A professora explica que quando falamos ao celular, temos contato direto com as ondas emitidas pela antena, que na maioria dos aparelhos modernos, fica na parte interna. A intensidade dessas ondas aumenta durante as ligações.
O celular ainda é um aparelho relativamente recente na nossa história. Os estudos sobre a segurança dele são contraditórios, mas agora a Organização Mundial de Saúde (OMS) encontrou indícios que justificam um alerta e anunciou que existe a possibilidade de o celular ser responsável por alguns casos de câncer de cérebro.
Cientistas de 14 países analisaram vários estudos. Um deles indica que uma pessoa que fale em média 30 minutos por dia ao celular, num período de dez anos, pode aumentar em 40% a probabilidade de desenvolver um tumor maligno.
Mas a OMS reforça que não há provas de que as ondas dos telefones móveis causam câncer e diz que é preciso avançar nas pesquisas.
“A gente precisa olhar com cuidado esses dados aguardar a publicação final do trabalho pra fazer uma avaliação mais minuciosa. Não dá ainda pra gente desprezar o uso do celular ou sair abandonando o aparelho. Acho que não é isso, não essa a intenção”, afirma o diretor de oncologia clínica do Hospital AC Camargo, Marcelo Fanelli.
Mesmo porque é difícil imaginar o dia a dia sem o aparelho que revolucionou o jeito de se comunicar.
Imagem: Reprodução
Colunista: Ivan de Freitas